ESTRUTURA DOS ARGUMENTOS JURÍDICOS – RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

I. ARGUMENTOS A SEREM REBATIDOS DAS CONTESTAÇÕES

A. CONTESTAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ

1. Alegação de que o parto foi por alterações no doppler, não pelo baixo peso

Rebate: Independente da causa do parto, o erro foi na classificação e cuidados posteriores

2. Alegação de que o bebê estava dentro do peso esperado (AIG)

Rebate: Erro técnico grave – bebê de 1980g com 32 semanas é claramente PIG

3. Alegação de atendimento adequado e monitoramento

Rebate: Falhas graves no prontuário e gaps na documentação

4. Alegação de “morte súbita”

Rebate: Morte por insuficiência respiratória decorrente de falhas no atendimento

5. Histórico materno (gestação anterior com óbito)

Rebate: Não exclui responsabilidade; pelo contrário, exigia maior cuidado

6. Sífilis materna

Rebate: Sífilis não causa insuficiência respiratória aguda; sintomas são diferentes

7. Responsabilidade subjetiva por omissão

Rebate: Responsabilidade objetiva por falha na prestação de serviços de saúde

B. CONTESTAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO (HOSPITAL)

1. Alegações similares sobre adequação do atendimento

Rebate: Mesmos argumentos médicos e jurídicos

2. Tentativa de transferir responsabilidade

Rebate: Responsabilidade solidária entre hospital e município

II. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PARA A RÉPLICA

A. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ERRO MÉDICO

1. Jurisprudência do STJ sobre prematuros

Caso: STJ, Quarta Turma, 16/06/2023, Min. Marco Buzzi
Tese: Prematuridade não reduz responsabilidade
Aplicação: Maior zelo devido ao quadro conhecido

2. Jurisprudência sobre prontuário médico

Caso: STJ, Terceira Turma, 29/07/2021, Min. Villas Bôas Cueva
Tese: Falhas no prontuário configuram negligência
Aplicação: Gap nos registros médicos do caso

3. Responsabilidade solidária município-hospital

Caso: TJ-MG, 7ª Câmara Cível, Des. Wilson Benevides
Tese: Município responde solidariamente por hospital conveniado
Aplicação: Art. 18, X da Lei 8.080/90

B. ASPECTOS MÉDICOS FUNDAMENTAIS

1. Classificação PIG vs AIG

Fonte: Manual MSD – Pediatria
Importância: Bebês PIG têm riscos específicos
Erro: Classificação incorreta mascarou gravidade

2. Complicações específicas de bebês PIG

Asfixia perinatal
Hipoglicemia
Hipotermia
Maior risco de infecção
Insuficiência respiratória

3. Protocolos para prematuros de 32 semanas

Necessidade de cuidados intensivos
Monitoramento rigoroso
Registros detalhados obrigatórios

C. TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA

1. Aplicação ao caso

Falhas médicas tornaram provável o resultado danoso
Nexo causal entre classificação incorreta e morte

2. Jurisprudência aplicável

STJ adota teoria da causalidade adequada
Não se aplica teoria da equivalência dos antecedentes

III. ARGUMENTOS ESPECÍFICOS CONTRA ALEGAÇÕES DE SÍFILIS

A. ASPECTOS MÉDICOS DA SÍFILIS CONGÊNITA

1. Sintomas específicos não presentes

Erupções vesiculobolhosas características
Exantema macular cúprico
Hepatoesplenomegalia
Secreção nasal sanguinolenta

2. Manifestações respiratórias

Sífilis congênita não causa insuficiência respiratória aguda
Sintomas são sistêmicos e específicos

3. Diagnóstico diferencial

Ausência de exames confirmatórios para sífilis congênita
Causa da morte: insuficiência respiratória

B. ASPECTOS JURÍDICOS

1. Ônus da prova

Réus devem provar nexo causal entre sífilis e morte
Ausência de evidências médicas

2. Responsabilidade objetiva

Independe da causa específica
Falha na prestação do serviço

IV. ESTRUTURA DA PEÇA

1. Preliminares

Tempestividade
Interesse jurídico

2. Mérito – Rebate aos argumentos das contestações

Erro na classificação PIG/AIG
Falhas no prontuário médico
Responsabilidade solidária
Refutação da alegação de sífilis como causa

3. Jurisprudência e doutrina aplicáveis

4. Pedidos

Manutenção da procedência
Condenação solidária dos réus