Sua Imagem Usada em Golpes Online? Saiba Como a Justiça Pode Proteger Você

O crescente uso da internet e das redes sociais trouxe inúmeros benefícios, mas também abriu portas para novas modalidades de fraudes. Uma das mais preocupantes é o uso indevido da imagem e do nome de profissionais e cidadãos para a aplicação de golpes. Criminosos criam perfis falsos em plataformas como WhatsApp e Instagram, utilizando fotos e informações de pessoas idôneas para enganar amigos, clientes e familiares, solicitando dinheiro e causando prejuízos financeiros e morais.
Este artigo tem como objetivo esclarecer, de forma informativa, quais são os mecanismos jurídicos disponíveis para combater essa prática e proteger sua reputação, em conformidade com as diretrizes éticas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O Problema: Uso Indevido de Identidade e a Inércia das Plataformas

Quando um golpista se apropria da sua identidade online, os danos são imediatos. Sua reputação profissional, construída ao longo de anos, fica subitamente em risco. Terceiros de boa-fé, acreditando estar em contato com você, podem sofrer perdas financeiras significativas. A situação se agrava quando a plataforma digital, mesmo após ser notificada, demora ou se recusa a remover o conteúdo fraudulento.
Essa inércia permite que a fraude continue, ampliando o número de vítimas e o abalo à sua imagem. Muitos se sentem impotentes diante de gigantes da tecnologia, mas o Poder Judiciário brasileiro possui ferramentas eficazes para lidar com essa situação.

A Solução Jurídica: Medidas de Urgência e a Força da Decisão Judicial

Para coibir rapidamente a ação dos criminosos, o caminho jurídico mais adequado é o ajuizamento de uma ação com pedido de tutela de urgência. Trata-se de um mecanismo processual que permite ao juiz proferir uma decisão liminar, antes mesmo do fim do processo, para determinar a imediata remoção dos perfis falsos.
A tutela de urgência é concedida quando há elementos que evidenciam a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. No caso de perfis falsos, o perigo é evidente, pois a continuidade da fraude gera danos diários.
Uma vez que o juiz concede a ordem, a plataforma digital (como a empresa controladora do WhatsApp, Instagram ou Facebook) é formalmente intimada a cumprir a determinação, geralmente dentro de um prazo curto, como 24 horas ou 5 dias.

E se a Plataforma Descumprir a Ordem Judicial?

O descumprimento de uma ordem judicial é um ato grave que demonstra desrespeito à autoridade do Poder Judiciário. Quando uma empresa de tecnologia, mesmo ciente da decisão, permanece inerte, a legislação brasileira prevê medidas coercitivas para forçar o cumprimento.
As principais ferramentas são:
Medida Coercitiva
Descrição
Multa Fixa
Um valor único estabelecido pelo juiz, a ser pago pela empresa caso a ordem não seja cumprida no prazo inicial estipulado.
Astreintes (Multa Diária)
Caso a desobediência persista, o juiz pode impor uma multa que se acumula a cada dia de atraso. O valor deve ser significativo o suficiente para desestimular a inércia da empresa, conforme autoriza o Art. 537 do Código de Processo Civil.
É fundamental destacar que o objetivo dessas multas não é o enriquecimento da vítima, mas sim compelir a empresa a cumprir sua obrigação, garantindo que a decisão judicial seja efetiva e que o ato ilícito seja interrompido.

O Papel do Advogado Especializado

Navegar por essas questões exige conhecimento técnico e atuação estratégica. Um advogado especializado desempenha um papel crucial ao:
1.Reunir as provas da fraude de maneira adequada para apresentação em juízo.
2.Elaborar a ação judicial com o pedido de tutela de urgência, fundamentando corretamente a necessidade da medida.
3.Acompanhar o processo e, em caso de descumprimento, peticionar ao juiz requerendo a aplicação das multas e outras medidas cabíveis para garantir a efetividade da decisão.
O serviço jurídico, neste contexto, é essencial para defender a honra e a imagem do cliente, cessar a fraude e responsabilizar as plataformas por sua eventual omissão, sempre pautado por uma atuação sóbria e informativa.
Este artigo possui caráter exclusivamente informativo e não constitui consultoria, aconselhamento jurídico ou promessa de resultados. Para análise do seu caso específico, consulte um advogado.