Concluí a Faculdade, mas a Instituição se Recusa a Realizar a Colação de Grau. O Que Fazer?

Concluir um curso superior é um dos momentos mais aguardados na vida de um estudante. Após anos de dedicação, investimento financeiro e superação de desafios, a cerimônia de colação de grau e a obtenção do diploma são os ritos de passagem que abrem as portas para o mercado de trabalho. No entanto, o que deveria ser uma celebração pode se tornar uma fonte de grande estresse quando a instituição de ensino impõe barreiras burocráticas para a conclusão dessa etapa.
Situações em que o aluno cumpriu todas as suas obrigações acadêmicas e financeiras, mas a faculdade se recusa a realizar a colação de grau ou a emitir o certificado de conclusão, são mais comuns do que se imagina. Essa recusa pode ocorrer sob diversas justificativas, como a necessidade de aguardar o calendário da turma regular, mesmo quando o estudante tem uma proposta de emprego urgente que depende da comprovação de sua formação.
Este post tem o objetivo de esclarecer, de forma informativa, quais são os direitos do estudante nessa situação e como a assessoria jurídica especializada pode ser fundamental para garantir que esses direitos sejam respeitados.

A Relação Entre Aluno e Instituição de Ensino Privada

É fundamental compreender que a relação entre o aluno e a instituição de ensino superior privada é caracterizada como uma relação de consumo. O estudante, na posição de consumidor, contrata a prestação de serviços educacionais da faculdade, que atua como fornecedora.
Essa caracterização, pacificada na doutrina e na jurisprudência, atrai a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Isso significa que o serviço educacional deve ser prestado com a qualidade e a eficiência esperadas, e a instituição tem responsabilidade objetiva por falhas que causem danos ao aluno.
A recusa injustificada em realizar a colação de grau ou em emitir o diploma de um aluno que já integralizou o curso configura uma falha na prestação do serviço, conforme o artigo 14 do CDC.

O Direito à Colação de Grau e ao Diploma

Uma vez que o estudante tenha cumprido todos os requisitos da grade curricular – aprovação em todas as disciplinas, entrega de trabalho de conclusão de curso, cumprimento de horas de estágio, etc. – e esteja em dia com suas obrigações financeiras, a colação de grau e a subsequente emissão do diploma não são um favor, mas um direito.
A instituição não pode, por mera conveniência administrativa, reter o certificado ou condicionar a colação de grau a um prazo que prejudique o estudante, especialmente quando há uma oportunidade de emprego comprovada.

Como a Assessoria Jurídica Pode Ajudar

Diante de uma recusa indevida, o estudante não está desamparado. A atuação de um advogado especializado em Direito do Consumidor e Educacional pode ser decisiva para resolver o impasse de forma rápida e eficaz.
O serviço jurídico nesse tipo de caso se desenvolve em algumas frentes principais:
Etapa da Atuação
Descrição do Serviço
Notificação Extrajudicial
O primeiro passo é, geralmente, tentar resolver a questão de forma amigável. O advogado formaliza uma notificação à instituição de ensino, expondo a situação, a base legal do direito do aluno e o risco de uma ação judicial, buscando uma solução administrativa para o problema.
Ação Judicial com Pedido de Tutela de Urgência
Caso a via administrativa não funcione, a solução é recorrer ao Poder Judiciário. É possível ingressar com uma Ação de Obrigação de Fazer, na qual o advogado solicita ao juiz uma decisão liminar (tutela de urgência) para determinar que a instituição realize a colação de grau e emita o certificado imediatamente, sob pena de multa diária. Esse mecanismo é extremamente eficaz, pois visa proteger o direito do aluno que não pode esperar o tempo de um processo regular, como no caso de uma proposta de emprego com prazo para apresentação do diploma.
Pedido de Indenização por Danos Morais
Além de obrigar a faculdade a cumprir sua parte, a recusa injustificada em colar o grau pode gerar danos que ultrapassam o mero aborrecimento. A perda de uma oportunidade de emprego, o abalo psicológico e a frustração de ver o início da carreira adiado por uma falha da instituição são fundamentos para um pedido de indenização por danos morais, buscando uma compensação financeira pelo prejuízo sofrido.

Conclusão

Nenhum estudante deveria ter seu futuro profissional prejudicado por desorganização ou burocracia excessiva da instituição onde se formou. O direito à educação, previsto na Constituição, abrange não apenas o acesso ao ensino, mas também a conclusão formal do ciclo acadêmico e a obtenção dos documentos que permitem o exercício da profissão.
Se você está passando por uma situação semelhante, é importante conhecer seus direitos. A assessoria jurídica especializada pode analisar o seu caso concreto e orientá-lo sobre os melhores caminhos a seguir para garantir sua colação de grau e o seu diploma sem mais delongas.
Este artigo possui caráter exclusivamente informativo e não substitui a consulta a um profissional. Para mais informações, acesse .